sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

HÁ O MUNDO AINDA

Tem que ser doce. Tem que ser coca-cola.
Mas o que dizem as estrelas?
Você vestiu todas as ilusões da lua,
como ela, está seco para o choro.
Crateras que você não põe no poema com o nome de dor.
Há que ser como um livro de viagens.
Há que se respirar no trânsito.
Desde quando sou esta pedra fria que ouve as histórias de fogo nesses olhos?
Eu os vi, reconheci as dores que perdi e as que nunca terei.
Inventamos histórias de almas, melodias.
É doce. Tem que.
Há também o lado das sombras.
Diferenças, incertezas, inseguranças,
ciúmes, apatia, dúvida, euforia, angústia.
Espera. Escolher entre bom e mau, espontâneo e medido.
Cada um com sua vida, em comum uma aventura.
- O que mais? - eu rezo a não sei quem para saber.
Será verdade. Sonho, dôo de saudades. Amor. Eu sinto você desde antes do mundo.
Se é para usar as palavras grandes, usemo-las todas, sem distinção nem caráter.
Escolha nova cidade, novo amor,
quem sabe lar, quem sabe quem,
estudar para saber, fazer, expressar,
deixar para a eternidade o registro de umas vidas.
Espero que me soprem sempre as palavras certas com amor,
Mas às vezes quero as ordens de um pai para recusar.
- A rebeldia será sempre o meu frisson.
E o sexo? Haverá tanto, a descoberta incessante de todas as portas e janelas.
Que bicho você será dessa vez, marinheiro?
Abençoadas sejam nossas presenças no zoológico cosmopolita.
É preciso conhecer um mundo.
É preciso correr, sobreviver,
afundar-se na onda de novos mergulhos, viagens, a que chamaremos loucura, revelação,
palha e agulha.
É preciso rir.
É uma paixão que convida, uma curiosidade que espeta, uma razão que comanda,
uma entrega do prazer ao destino. Radical, rebelde, lúcido e confuso.
Iluminado e sombrio.
Acho que já me acostumei a carregar um certo peso,
às vezes minha preguiça dirige sozinha a minha vida.
Mas estarei onde me chama o prazer, o mistério, a arte.
Não quero promessas, quero o desejo que há no corpo,
a escolha do razoável,
a redenção de todas as saudades,
de todo mundo neste Brasil tanto,
que hei de circular para não perder os laços.
Há o mundo ainda.
Há o mundo ainda.
E todos virão para a festa da grande alegria,
em meu lar,
sob o olhar ciente dos gatos. Tantos.
Silêncios agora.
Incrível como a música é sempre outra.
Guarde bem todas as chaves. Seja triste por um minuto.
Assim não se desaprende de amar.
Se não der certo, a gente faz uma banda.

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