quarta-feira, 19 de novembro de 2008

WONDERLAND


A revolução das espécies se dá no ventre pobre de um poeta que mereça,
Pois que o estômago despede a poesia para que só a verdade aconteça.
E eu me lembrarei, tendo visto os olhos de uma mulher no parto,
Que as estrelas explodiram com dor para vivermos na ilusão do prazer farto.
- Dê-me um naco de carne, companheiro.
Dividamos esta hora vã, em que tudo é eterno, grato e rasteiro.
Se a vida é ou não acaso certeiro, vale um sorriso de tanto-faz - assim disfarço.
Veja a tarde cair sem medo, conte-me uma história de céu,
pois que me desço para lhe compreender - é fato - e meu resto eu enlaço.
Compreenda-me assim: meu estômago é o espelho do buraco de Alice;
minha fé sem âmago, o que o maldito coelho branco não disse.

28jul08

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