domingo, 31 de janeiro de 2010

Esfinge

Eu sou seu outro sem nome. Se você vir em mim o deserto, é deserto que devolverei no olhar quente demais, frio demais. Se você tiver medo, eu parecerei indomado; se tiver desejo, eu só devolvo desejo. Se oferecer um beijo sincero, eu devolvo mais que sinceridade, eu dou a verdade. Se você fugir, é porque eu fugi antes. Quero estar com quem saiba atravessar a noite e alcançar a manhã com alegria e celebração, com o prazer constante que nao morre na espera de momentos breves de êxtase e nao se ressente dos momentos breves de sombra, dúvida e tristeza. Eu sou aquele que saberei amar olhos amavéis, ardentes, delicados e vulneráveis. Eu saberei amar a boca que se cala quando a atração dos corpos é simples. Eu sou aquilo que existe entre a razão deste dia e a ilusão daquela noite.

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