segunda-feira, 30 de julho de 2007

LILIANA CHORANDO - Julio Cortázar em tradução minha

Menos mal que é o Ramos e não outro médico, com ele sempre houve um pacto, eu sabia que chegado o momento ele me diria, ou pelo menos me deixaria compreender sem dizê-lo por inteiro. Isto custou ao pobre quinze anos de amizade e noites de pôquer e finais de semana no campo, o problema de sempre; mas é assim, na hora da verdade e entre homens isto vale mais que as mentiras de consultório coloridas como as pílulas ou o líquido rosa que gota a gota me entra nas veias.

Três ou quatro dias, sem que ele me diga eu sei que ele se ocupará para que não haja isso que chamam agonia, deixar morrer como um cão, para quê; posso confiar nele, as últimas pílulas serão sempre verdes ou vermelhas mas dentro haverá outra coisa, o grande sonho que desde já o agradeço ainda que Ramos fique olhando para os pés da cama, um pouco perdido porque a verdade lhe vacilou, pobre velho. Não diga nada a Liliana, por que a faremos chorar antes do necessário, não te parece? Para Alfredo sim, para Alfredo pode dizer para que vá fazendo um pouco de trabalho e se ocupe de Liliana e de mamãe. Che, e diga a enfermeira que não me tire aquele remédio, é o único que me faz esquecer o cheiro além de tua eminente farmacopéia, claro. Ah, e que me tragam um café quando eu pedir, esta clínica leva coisas tão a sério.

É certo que escrever me acalma um tempão, talvez seja por isso que tem tanta correspondência de condenados à morte, vai saber. Inclusive me diverte imaginar por escrito coisas que só foram pensadas nessas que se atolam na garganta, sem falar das lágrimas; vejo-me nas palavras como se fosse outro, posso pensar qualquer coisa desde que em seguida a escreva, deformação profissional ou algo que se empenhe em abrandar as meninges. Somente me interrompo quando chega Liliana, com os demais sou menos amável, como não querem que eu fale muito eu deixo para eles contarem se faz frio ou se Nixon vai vencer McGovern, com o lápis na mão os deixo falar e até Alfredo se dá conta e me diz para continuar, agir como se ele não estivesse, pegar o diário e ficar quieto um tempo. Mas minha mulher não merece isso, ela eu escuto, para ela sorrio, e me dói menos, aceito-lhe esse beijo um pouquinho úmido que volta uma vez ou outra ainda que a cada dia eu me canse mais que se aproximem de mim e devo lastimar-lhe a boca, pobre querida. Há que dizer que a coragem de Liliana é meu melhor consolo, ver-me já morto em seus olhos me tiraria o resto da força com a qual posso falar e devolver algum de seus beijos, com a qual sigo escrevendo apenas se ela já foi e apesar da rotina das injeções e das palavras simpáticas. Nada se atreve a meter-se com meu caderno, sei que posso guardá-lo debaixo da almofada, ou na mesa à noite, é o meu capricho, tenho que deixá-lo já que o doutor Ramos, claro que tenho que deixar, assim se distraí.

Ou será segunda ou terça, e o lugarzinho entre de quarta ou quinta. Em pleno verão a Chararita estará um forno e os rapazes vão passar mal, vejo Pincho com essas calças cruzadas e com as ombreiras que tanto divertem o Acosta, que por sua vez terá que vestir terno ainda que lhe custe e o rei do campo pondo-se gravata e paletó para acompanhar-me, isso será grande. E Fernandito, o trio completo, e também Ramos, claro, até o final, e Alfredo levando pelo braço Liliana e mamãe, chorando com elas. E será mesmo, sei como me amam, como lhes vou faltar; não irão como fomos ao enterro do gordo Tresa, a obrigação partidária e algumas férias compartilhadas, cumprir rápido com a família e mudar-se de volta para a vida e o esquecimento. Claro que terão uma fome bárbara, sobretudo o Acosta, que para guloso não lhe falta nada; ainda que lhe doa e maldigam o absurdo de morrer-se jovem e em plena carreira há a reação que todos conhecemos, o gosto de voltar a entrar no metrô ou no carro, de tomar uma ducha e comer com fome e vergonha ao mesmo tempo, como negar a fome que segue pelas noites, o cheiro das flores do velório e os intermináveis cigarros e passeios pela vereda, uma espécie de desquite que sempre se sente nesses momentos e que nunca me neguei porque teria sido hipócrita. Gosto de pensar que Fernandito, o Pincho e Acosta vão juntos a um bar, é seguro que irão juntos porque também o fizemos quando o gordo Tresa, os amigos têm que seguir um tempo, beber um litro de vinho e acabar com umas besteiras; caralho, é como se eu os estivesse vendo, Fernandito será o primeiro a fazer uma piada e tragar um peixe com meio filé, arrependido porém tarde demais, e Acosta o olhará de relance, mas o Pincho já terá soltado o riso, é uma coisa que não sabe agüentar, e então Acosta que é um cordeiro de deus se dirá que não tem porque se passar por um exemplo diante dos rapazes e se rirá também antes de prender um cigarro. E falarão muito de mim, cada um se lembrará de tantas coisas, a vida que nos foi juntando os quatro apesar de sempre cheia de buracos, de momentos que não compartilhamos e que assomaram na memória de Acosta ou do Pincho, tantos anos e broncas e amurros pesados. Custará a eles se separarem depois do almoço porque é nesse momento que o outro voltará, é hora de ir para suas casas, o último, definitivo enterro. Para Alfredo será distinto e não porque não seja duro, ao contrário, porém Alfredo vai se ocupar de Liliana e de mamãe e isto nem Acosta nem os demais podem fazê-lo, a vida vai criando contatos especiais entre os amigos, todos tem vindo sempre em casa mas Alfredo é outra coisa, essa cercania que sempre me fez bem, seu prazer de ficar conversando com mamãe sobre plantas e remédios, seu gosto de levar o Pocho ao zoológico ou ao circo, o solteirão disponível, pacote de masitas e sete e meio quando mamãe não estava bem, sua confiança tímida e clara com Liliana, o amigo dos amigos que agora terá que passar por esses dois dias engolindo as lágrimas, no melhor caso levando Pocho para seu quintal e voltando em seguida para estar com mamãe e Liliana até o último. Ao fim e ao cabo ele vai tocar, ser o homem da casa e agüentar todas as complicações começando pela funerária, isto tinha que passar justo quando o velho anda pelo México ou Panamá, vai saber se chega a tempo para agüentar o sol das onze na Chacarita, pobre velho, de maneira que será Alfredo quem levará Liliana porque não creio que a deixem ir com mãe, a Liliana do braço, sentindo-a tremer contra seu próprio tremor, murmurando tudo que murmurei para a mulher do gordo, a inútil necessária retórica que não é consolo nem mentira nem sequer frases coerentes, um simples estar aí, que é tanto.

Também para eles o pior será a volta, antes há a cerimônia e as flores, há todavia o contato com esta coisa inconcebível cheia de alças e dourados, da frente alta à cava, a operação limpidamente executada pelos do ofício, porém depois é o carro de volta e sobretudo a casa, voltar a entrar em casa sabendo que o dia vai estancar-se sem telefone nem clínica, sem a voz de Ramos alargando a esperança para Liliana, Alfredo fará café e dirá que o Pocho está feliz no quintal, que ele gosta dos filhotes e joga com os peõezinhos, terá que ocupar-se de mamãe e de Liliana porém Alfredo conhece cada rincão da casa e é seguro que ficará velando no sofá de meu escritório, ali mesmo onde uma vez estendemos Fernandito, vítima de um pôquer no qual não tirou nenhuma carta, sem falar dos cinco conhaques compensatórios. Faz tantas semanas que Liliana dorme só que talvez o cansaço possa mais que ela, Alfredo não se esquecerá de dar sedativos a Liliana e a mamãe, estará a tia Zulema repartindo os lençóis, Liliana se deixará ir pouco a pouco ao sonho nesse silêncio da casa que o Alfredo terá fechado conscientemente antes de ir atirar-se no sofá e prender outro dos cigarros pois não se atreve a fumar diante de mamãe pela fumaça que a faz tossir.

Enfim, há isso de bom, Liliana e mamãe não estarão tão sós ou estarão nessa solidão entretanto pior que a parentela orelhuda invadindo a casa; falará tia Zulema que sempre viveu no piso de cima, e Alfredo que também tem estado entre nós como se não estivesse, o amigo com chave própria; nas primeiras horas talvez não será menos duro sentir irrevogavelmente a ausência que suportar um tropel de abraços e de grinaldas verbais, Alfredo se ocupará de pôr distâncias, Ramos virá um tempo para ver mamãe e Liliana, as ajudará a dormir e deixará pílulas para tia Zuleima. Em algum momento será o silêncio da casa às escuras, apenas o relógio da igreja e a buzina distante porque o bairro é tranqüilo. É bom pensar que será assim, que abandonando-se pouco a pouco a um torpor sem imagens, Liliana vai estirar-se com seus lentos gestos de gata, uma mão perdida na almofada cheia de lágrimas e água de colônia, a outra junto à boca em uma recorrência pueril antes do sonho. Imaginá-la assim faz tanto bem, Liliana dormindo, Liliana no fim do túnel negro, sentido confusamente que hoje está cessando para voltar depois, que essa luz não será a mesma que golpeava em pleno peito, enquanto a tia Zulema abria o guarda-roupa de onde saía o negro em forma de roupa e de dobras mesclando-se sobre a cama como um rabo de pranto, um último, inútil protesto contra o que ainda teria que vir. Agora a luz da janela chegaria antes de nada, antes que as lembranças soltas no sonho e que só confusamente se abririam até a última masmorra. Sozinha, sabendo-se realmente sozinha nesta cama e neste cômodo, neste dia que começava em outra direção, Liliana poderia chorar abraçada à almofada sem que viessem acalmá-la deixando-a gotejar o pranto até o final, e só muito depois, com um semisonho de engano retendo-a no útero dos lençóis, o buraco do dia começaria a encher-se de café, de cortinas corridas, da tia Zulema, da voz do Pocho telefonando do quintal sobre os girassóis e os cavalos, um bagre pescado depois de rude luta, um espinho na mão mas não era grave, lhe haviam posto o remédio de don Contreras que era o melhor para essas coisas. Já Alfredo esperando na sala com o diário na mão dizendo-se que mamãe havia dormido bem e que Ramos viria à doze, propondo-lhe de ir à tarde ver o Pocho, com esse sol valia a pena correr até o jardim e numa dessas podiam até levar mamãe, faria-lhe bem o ar do campo, o melhor seria passar o final de semana no jardim, e por que não todos, com o Pocho que estaria tão contente tendo-os ali. Aceitar ou não dava na mesma, todos sabiam e esperavam as respostas que as coisas e o passo da manhã iam dando, entrar passivamente num almoço ou em um comentário sobre as verduras, pedir mais café e contestar o telefone que em algum momento tiveram que conectar, o telegrama do sogro no estrangeiro, um choque estrepitoso na esquina, gritos e apitos, a cidade aí fora, às duas e meia ir com mamãe e Alfredo ao quintal porque numa dessas um espinho na mão, nunca se sabe com os meninos, Alfredo tranqüilizando-as no volante, don Contreras era mais seguro que um médico para essas coisas, as ruas de Ramos Mejía e o sol como uma chapa fervendo até o refúgio nos grandes cômodos e corredores, o mate das cinco e o Pocho com seu bagre que começa a cheirar porém tão lindo, tão grande, que pelejou tirar-lhe do arroio, mamãe, quase me corta a cabeça, te juro, verá que dentes. Como estar folheando um álbum ou vendo um filme, as imagens e as palavras umas atrás das outras remexendo o vazio, agora verá que é o assado de tira de Carmem, senhora, levezinho e tão saboroso, uma salada de lentilhas e pronto, não falta mais nada, com o calor mais vale comer pouco, trarei o inseticida porque é a hora dos mosquitos. E Alfredo aí calado mas o Pocho, sua mão palmeando o Pocho, os vejo a sós o campeão de pesca, amanhã vamos juntos e numa dessas quem te disse, me contaram de um camponês que pescou um de dois quilos. Aqui embaixo o ar está bem, mamãe pode dormir um pouco no sofá se quiser, don Contreras tinha razão, e já não tem nada na mão, mostra-nos como sabe montar no filhote, olhará mamãe, olha-me quando galopo, por que não vem conosco pescar amanhã, eu te ensino, vai ver, um sol vermelho e os bagrezinhos, a correria entre o Pocho e o menino de don Contreras, o puchero ao meio-dia, e mamãe ajudando de qualquer jeito a pelar os frangos, aconselhando sobre a filha de Carmem que estava com essa tosse rebelde, a siesta nos cômodos desnudos que cheiravam verão, a obscuridade contra as persianas um pouco ásperas, o entardecer debaixo do guarda-sol e a bomba contra os mosquitos, a cercania nunca manifesta de Alfredo, essa maneira de estar aí e ocupar-se de Pocho, de que em tudo fora cômodo, até o silêncio que sua voz rompia sempre a tempo, sua mão oferecendo um jarro de refresco, um pãozinho, ligando o rádio para escutar o noticiário, as plantações e Nixon, era previsível, que país. O fim de semana e na mão de Pocho apenas uma marca de espinha, voltaram a Buenos Aires numa segunda muito temperada para evitar o calor, Alfredo os deixou na casa para ir receber o sogro, Ramos também estava em Ezeiza e Fernandito, que ajudou nessas horas do encontro porque era bom que tivesse outros amigos na casa, Acosta à nove com sua filha que podia jogar com o Pocho no andar da tia Zulema, tudo se ia dando mas amortigado, voltar atrás mas de outra maneira, com Liliana obrigando-se a pensar nos velhos mais que nela, controlando-se, e Alfredo entre eles com Acosta e Fernandito desviando os tiros diretos, cruzando-se para ajudar Liliana, para convencer ao velho de que descansasse depois de tamanha viagem, indo-se de um a um até que somente Alfredo e a tia Zulema, a casa calada, Liliana aceitando uma pílula, deixando-se ir à cama sem haver aflorado uma só vez, dormindo quase de golpe como depois de algo cumprido até o fim. Pela manhã eram as correrias de Pocho na sala, arrastar as sandálias do velho, a primeira chamada telefônica, quase sempre Clotilde ou Ramos, mamãe queixando-se do calor ou da umidade, falando do almoço com a tia Zulema, às seis Alfredo, às vezes Pincho com sua irmã ou Acosta para que o Pocho jogue com sua filha, os colegas do laboratório que reclamavam a Liliana, tinha que voltar a trabalhar e não ficar encerrada na casa, que o fizesse por eles, estavam com falta de químicos e Liliana era necessária, que viesse ao meio-dia em todo caso até que se sentisse com mais ânimo; Alfredo a levou pela primeira vez, Liliana não tinha vontade de dirigir, depois não quis ser incômoda e sacou o carro, às vezes saía com o Pocho à tarde, o levava ao zoológico ou ao cinema, no laboratório lhe agradeciam que lhes tivesse dado uma mão nas novas vacinas, um surto epidêmico no litoral, ficar até tarde trabalhando, tomando gosto, uma correria em equipe contra o relógio, vinte caixonas de ampolas para Rosário, conseguimos, tarefa, o Pocho no colégio e Alfredo protestando, ensinam a aritmética de outra maneira a esses meninos, me faz cada pergunta que me deixa tenso, e os velhos com o dominó, nos nossos tempos era diferentes, Alfredo, nos ensinavam caligrafia e olhe a letra que tem esse menino, aonde vamos parar. A recompensa silenciosa de olhar para Liliana perdida em um sofá, uma simples olhada por cima do diário e vê-la sorrir, cúmplice sem palavras, dando a razão aos velhos, sorrindo desde as orelhas. Mas pela primeira vez um sorriso de verdade, desde dentro como quando foram ao circo com o Pocho que havia melhorado no colégio e o levaram para tomar sorvete, para passear pelo porto. Começavam os grandes frios, Alfredo ia com menos freqüência à casa porque havia problemas sindicais e tinha que viajar às províncias, às vezes vinha Acosta com sua filha e aos domingos o Pincho ou Fernandito, já não importava, todo mundo tinha tanto a fazer e os dias eram curtos, Liliana voltava tarde do laboratório e dava uma mão ao Poncho perdido entre os decimais e a bacia do Amazonas, ao final e sempre Alfredo, as regalias para os velhos, essa tranqüilidade nunca dita de sentar-se com ele perto do fogo já tarde e falar em voz baixa dos problemas do país, da saúde de mamãe, a mão de Alfredo apoiando-se no braço de Liliana, te cansas demasiado, não está com a cara boa, o sorriso agradecido negando, um dia iremos ao jardim, este frio não pode durar toda a vida, nada podia durar toda a vida ainda que Liliana lentamente retirasse o braço e buscasse os cigarros na mesinha, as palavras quase sem sentido, os olhos encontrando-se de outra maneira até que de novo a mão escorregando pelo braço, as cabeças juntando-se e o largo silêncio, o beijo na testa.

Não havia nada a dizer, havia ocorrido assim e não havia nada a dizer. Inclinando-se para lhe acender o cigarro que lhe tremia entre os dedos, simplesmente esperando sem falar, acaso sabendo que não haveria palavras, que Liliana faria um esforço para tragar o fumo e o deixaria sair com um queixar, que começaria a chorar afogadamente, desde outro tempo, sem separar a cara da cara de Alfredo, sem negar-se e chorando calada, agora somente para ele, desde tudo o outro que lhe compreenderia. Inútil murmurar coisas tão sabidas, Liliana chorando era o término, o limite de onde ia começar uma outra maneira de viver. Se acalmá-la, se devolvê-la à tranqüilidade fosse tão simples como escrevê-lo com as palavras alinhando-se num caderno como segundos congelados, pequenos caroços do tempo para ajudar o passo interminável da tarde, se somente fosse isso mas a noite chega e também Ramos, incrivelmente a cara de Ramos observando os exames recém terminados, buscando-me o pulso, de uma hora para outra, incapaz de dissimular, arrancando-me os lençóis para olhar-me desnudo, apalpando-me o lado, com uma ordem incompreensível à enfermeira, um lento, incrédulo reconhecimento que assisto atento, quase divertido, sabendo que não pode ser, que Ramos se equivoca e que não é verdade, que só é verdade o outro, o prazo que não me havia ocultado, e irritação de Ramos, sua maneira de apalpar-me como se não pudesse admiti-lo, sua absurda esperança, isto não me fará crer nada, velho, e eu forçando-me a reconhecer que o melhor é assim, que numa dessas vai saber, olhando para Ramos que se endireita e volta a rir e solta ordens com uma voz que nunca lhe havia ouvido nesta penumbra e nesta masmorra, tendo que convencer-me pouco a pouco de que sim, de que então vou ter que pedi-lo, apenas se for até a enfermeira vou ter que pedir-lhe que espere um pouco, que espere pelo menos que seja de dia antes de dizer a Liliana, antes de arrancá-la deste sonho no qual pela primeira vez não está mais só, nesses braços que a apertam enquanto dorme.

Tradução: Alexandre Rabelo

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